No último mês, uma campanha de comunicação da Samarco foi alvo de polêmica nas redes sociais. Alguns meses após o rompimento das barragens que inundaram de lama municípios mineiros e capixabas e afetaram drasticamente a vida no Rio Doce, a empresa faz uma campanha na tentativa de atenuar a imagem negativa que a marca carrega até hoje.
Mas o tiro pode ter saído pela culatra. A campanha com o nome “É sempre bom olhar para todos os lados” mostrou a falta de sensibilidade e preparo de quem conduz a gestão da marca. Em um vídeo gravado, os funcionários da Samarco aparecem contando o seu lado da história, suas preocupações e a vontade de ajudar as vítimas, que certamente são legítimas do ponto de vista dos indivíduos. Mas, da maneira como foi colocada, fica a leitura de que a ação de comunicação da Samarco teve o objetivo de atenuar sua imagem arranhada, fugindo da responsabilidade de assumir, abertamente, o erro grave que foi cometido.
O despreparo ao lidar com a crise ficou claro nos primeiros dias após o rompimento das barragens, quando não houve um pronunciamento oficial da Samarco que, mesmo para o caso de ter havido “apenas” um acidente, deveria ter pedido desculpas a todas as vítimas das famílias afetadas, pois a responsabilidade pela atividade na região é somente dela.
A sequência de aparições diárias nos principais telejornais e a omissão da empresa em assumir a responsabilidade só fizeram crescer a antipatia do público, que não poupou críticas severas à campanha.
Gerir marcas é mais que se preocupar com campanhas de comunicação, é saber que existe uma relação com a sociedade que pode ser mais importante que os lucros do negócio. Principalmente quando as consequências do negócios podem trazer prejuízos para as pessoas e para o planeta.
Ninguém mais aceita isso e cada vez mais as novas gerações estão voltadas para essa preocupação. Ou as marcas mudam sua postura, ou as pessoas vão fazer com que elas percam seu valor.
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