Servir “comida com integridade” é o propósito do Chipotle, o fast food de maior crescimento no mundo. A rede promete produzir alimentos feitos à mão, livres de conservantes, agrotóxicos e hormônios, privilegiando os produtores locais sempre que possível.
Os alimentos, além de saudáveis, trazem o sabor e tempero da comida mexicana, criando uma oferta irresistível de bom produto, ambiente de loja prático e moderno, e uma empresa com uma causa que a torna mais respeitada e admirada.
Com esse posicionamento, o Chipotle navegou na contra mão das críticas às junkie foods, lideradas pelo documentário “Supersize Me”, e vai se tornando querido por um público que está cada vez mais sensível em comprar marcas que promovem algum bem social ou ambiental.
A simplicidade e o discurso transparente vem sendo importantes temperos de produtos que tem um ótimo sabor e valor até um pouco maior que concorrentes, como o próprio Mc Donald’s, tão criticado nos últimos anos. Ironicamente, a tradicional rede de fast food americana foi um dos investidores da Chipotle, ajudando no crescimento do seu, agora, inimigo.
Enquanto o Chipotle consegue ter uma proposta de valor límpida e atrativa, a turma do Ronald Mc Donald’s vem rebolando para conseguir amenizar o impacto da mudança de hábitos alimentares da sociedade. A oferta de salada e frutas, a mudança das fachadas de vermelho para verde ou preto, assim como a abertura do McCafé e de negócios pilotos como o The Corner, são tentativas de mudar a sua imagem. Mas como não fazem parte do DNA do Mc Donald’s, as atitudes não são convincentes, como acontece com a rede Chipotle.
Para a Chipotle, não se trata apenas de uma campanha de comunicação ou uma tentativa de reposicionamento. A postura vem de dentro e é inabalável. Se um dia a empresa perder seus princípios, será o princípio do fim. Mas, certamente, isso não acontecerá enquanto a empresa ainda estiver em boas mãos. Isso porque a causa que a Chipotle defende pode ser comprovada como os resultados do bom negócio: a rede cresceu 25% ao ano nos últimos 10 anos, enquanto o McDonald’s encolheu 2% entre 2013 e 2014.
Na era da transparência corporativa, as empresas precisam ter caráter, princípios e personalidade para mostrarem quem são na sua essência. Sendo assim, as pessoas reconhecerão seu valor e vão querer fazer parte disso, destinando seu dinheiro para negócios mais “apimentados”, que fazem a diferença no mundo.
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