Enquanto as grandes marcas de tecnologia como Apple e Samsung continuam apostando na convergência digital através dos smartphones, marcas que competem indiretamente, como a Canon, parecem estar sofrendo para sobreviver no mercado. A gigante japonesa especialista em fotografia anunciou que no primeiro trimestre de 2015 seu lucro líquido caiu cerca de um terço. Tal fato deve ter acendido um alerta para a empresa e seus acionistas.
Não é de hoje que o avanço tecnológico vem derrubando grandes players da fotografia e fortalecendo as empresas que nasceram com tecnologia em seu DNA. Uma das primeiras marcas a sofrer com isso foi a Polaroid, que se construiu muito em torno da fotografia revelada instantaneamente em papel e não soube fazer a transição para a fotografia digital, que também surgiu com a possibilidade de ver a foto logo que tirada. Uma grande oportunidade perdida pela Polaroid para entrar de cabeça na fotografia digital. Algo parecido aconteceu com a Kodak, que liderou o mercado de fotografia e revelação de fotos por décadas, mas se deixou ser atropelada pela revolução digital.
Voltando à Canon, as vendas de suas câmeras convencionais caiu cerca de 70% desde 2008, ano do lançamento do iPhone, da Apple. Isso sem contar as perdas que ainda serão sentidas com a chegada da GoPro, por exemplo, que inaugura outro segmento dentro da fotografia digital, o de câmeras para prática de esportes e viagens. A própria Polaroid já está tentando se reinventar seguindo a GoPro com a Polaroid Cube.
Diante dessa revolução digital, as grandes empresas que não souberem se adaptar aos novos tempos, fazendo mudanças bruscas em seus modelos de negócio e nas propostas de valor de suas marcas, irão ficar suscetíveis à perda de relevância e de mercado. E isso serve para a fotografia ou para qualquer outro segmento. Ter uma marca forte e uma empresa preparada para se reinventar e inovar a qualquer momento será cada vez mais fundamental para que os negócios cresçam em resultados financeiros e no coração dos consumidores.
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